HIP-TOP
TOP 10 - Capas Marcantes de Álbuns de Rap Brasileiro
10 - Ogi - Crônicas da Cidade Cinza
O rapper Rodrigo Ogi lançou em 2009 uma de suas obras mais significantes de sua carreira que foi o álbum "Crônicas da Cidade Cinza" a qual reflete e explora diversos aspectos e características da Cidade de São Paulo como estresse paulistano, vida de motoboys, violência urbana, desemprego, criminalidade, reflexões cotidianas, arte marginal, miséria, características de cidades grande, entre outros. A linda capa do álbum vem de encontro com o principal tema do álbum a cidade de pedra chamada "São Paulo" com uma imagem feita pelos irmãos grafiteiros "Os Gêmeos" tendo um encarte que se transforma em um poster, onde vemos na imagem uma pessoa pichando uma parede cinza, escrevendo o nome que dá título ao álbum, onde está pessoa está com cores e ao redor da foto está em preto, branco e cinza dando esse contraste e referência da Cidade Cinza São Paulo e trazendo também a característica do próprio rapper que fazia pichações.
9 - Realidade Cruel - Entre o Inferno e o Céu
O clássico grupo de Hortolândia Realidade Cruel é um dos pilares do Rap Brasileiro fazendo parte da era de ouro dos anos 90, ganhando notoriedade desde seu álbum de estréia "Só Sangue Bom" até outros discos clássicos, como o segundo do grupo "Entre o Inferno e o Céu", que tem nele tem contido músicas clássicas como "Depoimento De Um Viciado", "Sinal da Cruz" e "Sentimento". O álbum contém letras fortes sobre a realidade periférica brasileira e a capa em destaque retrata bem o título do álbum, mostrando em seu lado esquerdo uma imagem de "Arte Sacra" representando o céu, e no lado direito uma imagem de uma pessoa morta sangrando representando o inferno, mostrando toda essa dualidade na realidade de muitos que vão para vida do crime, pois a capa refleti sobre os conteúdos apresentados no álbum.
8 - Síntese - Trilha Para o Desencanto da Ilusão, Vol. 1: Amém
O Síntese que começou como uma dupla de São José dos Campos, hoje é representado só pelo rapper Neto, que leva a musicalidade característica do "Matrero" do começo até agora, com dois álbuns lançados "Sem Cortesia (Vagando na Babilônia / Em Busca de Canaã)" e o álbum com a arte em destaque, intitulado "Trilha para o Desencanto da Ilusão, Vol. 1: Amém" e está obra como todo material do Síntese traz assuntos internos, espiritualidade, metafísicas, entre outros temas complexos. A capa do disco que parece uma verdadeira obra de arte de um quadro em um museu, foi feita pelo artista Denner Alves que trouxe a está bela imagem desenhada diversos aspectos, como ele mesmo escreveu em suas redes sociais "Pude desconstruir a imagem do artista, e olhar um pouco pro humano, medo, angustia, meninice, simplicidade, ansiedade, dúvidas, responsabilidade, respeito, curiosidade, receio, o filho, o irmão, o amigo, o namorado, o garoto só, o freestylero, o cansado." trazendo também para imagem um azul único da região de SJC do rapper, com imagens que levam os apreciadores a lugares dimensionais, futurísticos e imaginários refletindo as letras contidas na obra.
7 - Black Alien - Babylon By Gus, Vol I: O Ano do Macaco
O rapper Black Alien teve seu ápice na carreira lançando o álbum clássico "Babylon By Gus, Volume I: O Ano do Macaco" que foi aclamado pelo público e crítica por conter diversas músicas incríveis como "Mister Niterói", "Babylon By Gus", "Como Eu Te Quero", "Caminhos do Destino", entre outras canções que estão até hoje no seu repertório em seus shows. E além de musicalmente o álbum ser foda, ainda conta com uma capa histórica e linda, com uma imagem sua em sua infância e um fundo que trás cores de algo vintage e maneiro, está capa segue a influência do álbum de Nas "ILLMATIC" que também trás a imagem do rapper quando criança, passando a mensagem de trazer suas raízes ao disco e explorando seus diversos lados tanto como pessoa, como seu lado artístico. O criador do designer desta ótima e linda capa é o criador de artes Ricardo Fernandes que ao longo do tempo também em capas para artistas como Criolo e bandas como Nação Zumbi e Cidade Verde Sounds.
6 - Eduardo Taddeo - A Fantástica Fábrica de Cadáver
O rapper Eduardo Taddeo é um dos grandes letristas do cenário musical brasileiro, desde a época de quando ainda era do grupo Facção Central ele sempre mostra ao público letras fortes e emocionantes com histórias de realidades cruéis e marcantes. E todo o seu conteúdo lírico sempre foi muito chocante e real, pois além das músicas e clipes o rapper sempre gosta de colocar na capa de suas álbuns, imagens que provoquem e chamem a atenção, para que ouvinte preste sua atenção e consciência em suas letras e rimas que mostram um pouco a realidade esquecida por muitos. Aqui na capa de seu primeiro disco solo chamado "A Fantástica Fábrica de Cadáver" lançado em 2014 podemos ver uma imagem bem obscura de diversos cachões pretos com cruzes desenhadas, e neles tem vários nomes comuns de pessoas dando toda a mensagem contida no título do álbum e que é abordado em diversas músicas, que é a quantidade de homicídios e mortes no país, dando aspectos desde a desigualdade social até o racismo que levam está taxa de crescimento de mortes a cada vez subir mais no país.
5 - BK' - Gigantes
O carioca BK' se concretizou como um dos grandes nomes dos rappers brasileiros da atualidade com sua bela obra "Gigantes" lançada em 2018, seu impacto foi imediato em diversos aspectos como sua musicalidade, seu conteúdo lírico, seus clipes bem pensados e sua arte gráfica contemporânea contida em sua capa. A arte da capa do disco foi feita pelo pintor "Maxwell Alexandre" que produziu a pintura contendo diversos fatores que refletem o álbum como o orgulho negro que o rapper apresenta nas letras, paisagens do Rio de Janeiro precisamente na Lapa onde o rapper tem origem, crianças em baixo se tornando gigantes na parte de cima fazendo referência a letra "Gigantes", e todos esses gigantes estão com máscaras do Deus do Furdunço que também faz uma referência a música "Deus do Furdunço" dando todo esse aspecto inspirador das letras para a arte, mostrando o empoderamento do jovem negro do país quanto a diversos assuntos na atual realidade.
4 - 509-E - Provérbios 13
A dupla 509-E fez história com seu álbum "Provérbios 13" lançado em 2000, tendo marcado o cenário de rap nacional em diversos aspectos como visual e sonoro, pois os rappers Dexter e Afro-X montaram o duo dentro da Casa de Detenção do Carandiru mostrando ao país que o Rap salva vidas e muda caminhos através de sua realidade e exposição de valores. O álbum que fez 20 anos é um clássico no cenário nacional contendo diversas músicas marcantes como "Só os Fortes", "Oitavo Anjo", "Castelo de Ladrão" e "Saudades Mil". A capa com fotos tiradas por João Wainer mostra a realidade vivida pelos rappers na época do lançamento e engloba toda a obra que tinha como fundamentos falar sobre a vivência carcerária e mostrar aspectos de tudo isso, expondo fatores e elementos específicos, que muita das vezes era esquecida pela sociedade, na capa podemos ver diversos detentos do Carandiru e parte da casa de detenção, dando todo aquele aspecto nu e cru da realidade ao ouvinte, fornecendo uma união das letras, som e da parte visual que gerou um grande impacto no cenário musical como um todo.
3 - Djonga - Histórias da Minha Área
O mineiro Djonga é um dos grandes rappers brasileiros da atualidade se destacando por suas letras fortes e impactantes, suas rimas versáteis cheias de referências e duplo sentido, sua atitude sempre confiante e desafiadora que dão o tom de um verdadeiro inventor de arte em diversos sentidos. A foto da capa da obra "Histórias da Minha Área" foi capturada pelo fotógrafo Daniel Assis, do 176 Studio, já a arte da capa foi feita por Alvaro B. Junior, conhecido como "Alvinho" do Caverna Studios, quando observamos todo o conceito da arte da capa vemos logo de cara jovens negros e o próprio Djonga numa viela qualquer de uma favela, os jovens estão olhando eles mesmos mortos com buracos de tiros a qual saem sangue de seus corpos, e o rapper está sorrindo olhando para a câmera logo ao lado de seu corpo também alvejado por bala e morto, os jovens vivos vestem camisas de times e Djonga com sua roupas típicas, dando a entender a mensagem de que se você não for jogador de futebol ou um rapper de sucesso seu futuro pode ser trágico nos bairros pobres, pois infelizmente diversas histórias acabam cedo por falta de maiores oportunidades, sendo no bairro do rapper ou em bairros ao redor do país.
2 - Racionais Mc's - Raio X do Brasil
O grupo mais importante para o Rap Brasileiro são os Racionais Mc's, a qual expandiram o rap para diversos âmbitos no cenário nacional, além da representatividade de uma geração que vai além da música e gera um espaço para vozes que não tinham oportunidades. O impacto do grupo ia desde de sua parte musical até a visual com seus clipes, shows e capas de discos como podemos ver no primeiro álbum oficial do Racionais, intitulado "Raio X Brasil" o disco foi lançado em Dezembro de 1993, contendo músicas clássicas como "Fim de Semana no Parque", "Homem na Estrada" e "Mano na Porta do Bar". A capa refleti toda a temática do álbum de mostrar as feridas abertas e realidade do país na época, mostrando e falando sobre aquilo que a sociedade nega e esconde, fatos fortes e impactantes, contendo uma foto de prisioneiros aglomerados em uma cela, dando um tom claustrofóbico e real da vida carceraria impactando sobre fatos que muitos escondem, sendo um raio X do país.
1 - Rashid - Confundindo Sábios
Rashid é um rapper importante no cenário nacional desde 2010 quando lançou sua primeira mixtape "Hora de Acordar", e ao longo dos anos ele continuou disponibilizando diversas outros trabalhos de grande impacto, e um deles é a ótima mixtape "Confundindo Sábios" que mais parece um álbum pelo alto nível musical apresentado. E com essa boa mixtape veio uma ótima e significativa capa, que tem a arte de Marcelo Lima e a fotografia de Enio César feitas na região da Brasilândia, na zona norte de São Paulo, trás o simbolismo através da imagem apresentando uma "desmarginalização social", tendo nas próprias palavras de Rashid a uma entrevista a (VEJASAOPAULO.COM) a seguinte afirmação sobre a capa "O menino da capa do disco representa a "desmarginalização". Ele está tirando de si uma máscara que colocaram sobre ele, sem saber se ele era aquilo ou gostaria de ser aquilo. "Ele", no caso, representa um povo. É a simbologia que encontramos para mostrar a máscara do preconceito e marginalidade que a sociedade impõe."
Gustavo Quiodine, 20/05/2020.