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Mc Sid mostra a habilidade de ser uma "Jovem Promessa"

O rapper de Brasília Mc Sid campeão do "Duelo Nacional de Mc's de 2016" ganhou destaque pelas batalhas de rap de sua cidade natal e por essa grande vitória no Nacional, o Mc de batalhas vem ganhando prestígio pela qualidade em suas obras lançadas, tendo feitos diversos sons nos últimos tempos, como o EP "5696", o álbum "Poesias e Frustrações" e o disco colaborativo "Uni-verse" junto ao Mc Kant. E a mais nova obra do Mc Sid é o EP "Jovem Promessa" que contém 8 faixas inéditas sendo produzido inteiramente por Ludovico responsável por todos beats de qualidade da obra tendo boom-bap e batidas mais atuais de Trap, além disso o EP conta com participações de Kant, Mary Jane e Alicia.    


Jovem Promessa

O EP começa com a faixa "Ansiedade Gera Depressão" onde o rapper expõe dificuldades atuais a qual ele está passando como ansiedade e pensamentos depressivos, refletindo seu atual momento com seu passado, de como ele está diferente em seus conflitos internos, colocando em cheque pensamentos maduros onde ele conta como o mundo o fez ficar mais ranzinza e mais caseiro, como nos versos "Antes o mundo era tão colorido, hoje tá tudo tão cinza. Antes eu era tão divertido, hoje eu tô ranzinza. Antes gostava de roda de rima, gente, muvuca, contato. Hoje eu prefiro minha mina, minha cama, uma série, meu quarto". O rapper também refleti sobre os falsos e vícios no caminho, que o fizeram manter uma postura de enfrentamento, dando experiência nesse um ano ao Mc, sabendo agora em quem ele pode confiar e das coisas que realmente são importantes no seu crescimento espiritual. Já no som "Eu Podia (Part. MaryJane)" Sid rima as suas diferenças e qualidades comparadas a outros rappers e inimigos, mostrando suas habilidades em sempre propor conteúdos a suas letras, pois para o rapper o que importa é passar visão e mensagens com conteúdo importantes para seus fãs e ouvintes. E a rapper MaryJane continua na música repassando essa mensagem, expondo as diferenças entre os dois rappers a outros com diversas punchlines pesadas, mostrando sua habilidade lírica com letras significantes e reais. Em "Glamour" o Mc fala sobre as aparências e valores da indústria, expondo desde de todo seu esforço, até seus privilégios de ser branco, "Eu cresci na vida, mas minha cor antecipou umas etapas. Vi gente com as pernas amarradas, subir as mesmas escadas que eu subi." trazendo discussões sobre esse mundo de ilusão de fama, hype e dinheiro que não passam de coisas fúteis, para o rapper o que importa são as pessoas que ele ama e sua carreira passando mensagens significantes.          

Na faixa "Jovem Promessa" ouvimos toda habilidade lírica e diferenciada de Mc Sid, disparando rima como uma metralhadora, com pensamentos reflexivos e internos, como no verso "Tem tempos que não me perguntam como eu tô sentindo. Eu sinto muito por você e sei que não é recíproco, em todo recinto recito meu ressentimento". Já na faixa "Love Song 2" divida com o rapper Kant, os dois rimam sobre relações amorosas, cada um coloca e expõe detalhes sobre o laço afetivo com suas amadas, Kant também fala sobre suas mágoas e vícios que preenchiam sua vida em certos tempos. Logo depois de uma música mais leve o rapper vem com a pedrada "Rivais" distribuindo punch-lines nos inimigos, o Mc mostra como é superior em habilidade e em pensamento de espírito com seus rivais, pois ele rima como ele evoluiu com seus erros e quando parou de invejar outras pessoas. Além de colocar no segundo verso frustrações e inseguranças que o rondam, como no verso "Agora minha vida privada é pública, não existe privacidade. Tudo que eu faço os mano copia igual minha levada."

Na penúltima música "Como pode? (Part. Alicia Pilar)" o som fala sobre uma relação complicada, a qual diversos sentimentos são difíceis de compreender, mas que quanto mais ele reclama, mais ele se apega a mina, por mais que ela tenha se afastado dele, ele ainda sabe que o sentimento dos dois ainda forte, onde rima "Nunca vou esquecer, tudo que a gente viveu. Não consigo mais te ver, sem você não sou mais eu.". Logo depois ele tenta pedir desculpa pelos erros dois onde suas reflexões são expressivas e significantes. Já no som de encerramento "As faces de Hellen" em instrumental obscuro o rapper abre seu coração e expõe seus sentimentos mais internos e complexos, falando sobre a perda de um irmão para as drogas, além de rimar sobre a depressão que ele passou e pensamentos auto-destrutivos, terminando com o refrão "Nem sempre tudo acaba bem, dizem que tem males que vem para o bem. Mas eu fui mais além, a depressão me fez ver todas as faces de Helen".         



Gustavo Quiodine, 10/05/2020. 

           


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